sábado, 14 de novembro de 2009

A mãe e o filho

A psicóloga e psicanalista Claudia Finamore (claudia.finamore@uol.com.br) foi entrevistada pelo jornalista Vladimir Maluf, do Portal Ig. Leia a matéria:
(http://estilo.ig.com.br/noticia/2009/11/04/voce+e+um+filhinho+da+mamae+8923955.html)

Você é um "filhinho da mamãe"?
04/11 - 13:38hrs
Avalie se essas características combinam com sua personalidade
Vladimir Maluf

Você é um filhinho da mamãe? Cuidado, a maioria das mulheres foge desse tipo de homem. “Tem mulher que gosta de ter mais um filho em vez de um marido. Mas, digamos que não está na moda”, brinca a psicóloga Claudia Finamore. “De um modo geral, está no imaginário da mulher um homem másculo, protetor, que consiga ocupar a posição de sustento emocional, não só financeiro; uma postura forte, que saiba controlar situações, saiba decidir e gerenciar conflitos”.

O marido que é filho

Claudia explica que esse tipo de homem se coloca na posição de filho, mesmo com a mulher que ele ama, que mantém relações sexuais. “A mulher é quem domina a cena familiar, toma a frente de tudo e o marido acompanha”. E, por mais que não esteja explícito, existem muitos casais assim. “Pode até ser que no campo profissional e das relações sociais ele seja um homem completamente diferente disso; mas, com a parceira, ele é outra pessoa".

Ele quer uma sucessora

Também não é incomum o homem que busca uma sucessora para a mãe. Porém, a maior parcela delas, além de não querer isso, se ofende com comparações. “É uma comparação sem nexo, mas os homens fazem. As atividades até se parecem, mas o papel de mãe e de companheira são completamente diferentes”. Claudia diz que isso cria um conflito familiar. “O que acontece muito é gerar uma rixa entre sogra e nora. Começa uma disputa para ver quem é capaz de fazer aquele homem mais feliz".

Pode dar certo...

Apesar disso tudo, Claudia afirma que não é errado ser assim, desde que se relacione com uma mulher que procure esse tipo de parceiro. “O importante é que os dois combinem. Se essa dinâmica é adequada ao casal, ótimo". Contudo, voltamos à questão: elas gostam disso? As mulheres com quem o iG conversou não são favoráveis a esse comportamento. Exceto uma, que prefere ocultar o nome para preservar o marido.

“Não gosto desse termo ‘filhinho da mamãe’, mas aceito que acabo sendo um pouco mãe do meu marido”, conta a mulher de 45 anos, que é casada e sem filhos e, além de conduzir a casa, a sustenta. “Ele é um homem sensível, tem alma de artista. Eu sempre fui dominadora e independente – até pensei que fosse morrer solteira”, brinca. Por isso, diz ela, o casamento dá certo. “Minha família critica demais nossa relação, mas eu o amo e nos damos bem assim".

Com a palavra, as que odeiam

“Um ‘filhinho de mamãe’ não sabe se virar e tem que recorrer a alguém para tudo”, diz a publicitária Graziele Reis. “É o tipo de cara que não consegue resolver problemas práticos da vida, como trocar um chuveiro, por exemplo”. E, revoltada, ela diz mais. “Não tem espírito de cooperação, fica esperando as coisas prontas. É mimado e infantil”, descreve a jovem de 27 anos. “Odeio homens que não se despregam da barra da saia da mãe. Odeio, odeio, odeio”.

Luciana Ramos, designer de 39 anos, teve um namoro com um homem desse tipo, mas que cortou logo. “A mãe dele fazia drama e ele, claro, caía. Ela era viúva e vivia se fazendo de doente”. Segundo ela, era impossível manter um relacionamento com um homem grudado na mãe desse jeito. “Era uma mãe controladora. Tinha ciúme dele e, por sua vez, ele corria atrás dela a qualquer chamado".

O pior de ser um “filhinho da mamãe”, para a relações públicas Cristiane Anselmo, de 30 anos, é a dificuldade que esse perfil de homem tem de se desenvolver. “Esse tipo de cara é tão mimado que é incapaz de administrar a própria vida, de correr atrás de algum objetivo – se é que consegue ter um”, reclama. “Eu não quero um homem que não deseja crescer, evoluir na profissão e não tem ambições”.

Namorar um mimado está fora de cogitação, diz Helen Soares, 28 anos. A profissional liberal explica que já cometeu esse erro uma vez, mas nunca mais. “Um ‘filhinho da mamãe’ não quer uma mulher, quer uma mãe que substitua a dele quando ela morrer”, avalia. “Tive um namorado que não pegava nem água na cozinha. Queria deitar no sofá e ter tudo na mão. Dizia que era carente, que queria ser cuidado. Comigo, não!”

Um comentário:

Laura Fuentes disse...

Muito boa a matéria e a sua entrevista. Certa vez conheci um homem numa festa que ao me paquerar disse: "é de uma mulher assim que preciso, que me organize a vida". Aquilo soou tão mal que cai fora na hora...eu heim? rs