quinta-feira, 15 de julho de 2010

Agressores e vítimas de bullying têm pior rendimento na escola


Estudo descobriu que a vítima típica de bullying também tende a ser agressiva


Crianças e adolescentes com problemas de aprendizado na escola têm maior risco de se tornarem agressores, vítimas de bullying ou ambos, de acordo com nova pesquisa publicada pela American Psychological Association.

O estudo realizado pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, analisou 153 estudos dos últimos 30 anos. Mais do que qualquer outra tendência, o desempenho escolar prevê quem vai intimidar. O autor da pesquisa, Clayton R. Cook, PhD, da Louisiana State University diz: "Esperamos que esse conhecimento nos ajude a compreender melhor as condições em que o bullying ocorre e as consequências que pode ter para os indivíduos. Finalmente, será possível desenvolver melhores estratégias de intervenção para interromper o ciclo de agressões antes de começarem."

Os pesquisadores descobriram que a vítima típica de bullying tende a ser agressiva, com poucas habilidades sociais, pensamentos negativos, têm dificuldades em resolver problemas sociais, vem de famílias pouco estruturadas e são visivelmente rejeitados e isolados pelos colegas.

O típico valentão vítima também tem atitudes negativas, com problemas com interação social, não tem boas estratégias sociais para resolver problemas, baixo desempenho na escola e não é apenas rejeitado e isolado por seus pares, mas também é influenciado negativamente pelos colegas com quem ele ou ela interage, de acordo com o estudo .

Os autores descobriram que as crianças agressoras eram mais desafiadoras e agressivas, ao passo que os adolescentes eram deprimidos e ansiosos. E as vítimas adolescentes sofriam de depressão coma maior frequência. "É importante intervir com os pais, colegas e escolas ao mesmo tempo", disse Cook. "A formação comportamental dos pais pode ser usada em casa, enquanto a construção saudável do relacionamento entre colegas e de competências de resolução de problemas poderiam ser oferecidas nas escolas, juntamente com a ajuda de acadêmicos."

Os fatores que instalam e mantém essa violência são muitos e complexos. Desde a perda da autoridade paterna e a dificuldade de diálogo, passando pela alienação da escola, até a violência urbana. Mas, não podemos negar que uma boa parte desse problema se origina dentro de casa. "O pior e o melhor da natureza humana coexistem dentro de cada um de nós. Os sentimentos mais primários (ódio, inveja) convivem com os mais elevados (solidariedade, lealdade, compaixão). O que determina o caminho que essas potencialidades vão tomar são as possibilidades de transformação dos impulsos primários e a existência de canais adequados para dar vazão a eles", de acordo com a psicóloga Claudia Finamore.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O preço da sociedade moderna

Vagando entre o que se pode e o que se deve atingir

Publicado em http://www.minhavida.com.br/conteudo/10161-O-preco-da-sociedade-moderna.htm

Como ter uma barriga tanquinho, perder 20 kg em 3 meses? Como conseguir uma promoção no trabalho em menos de um ano, ter orgasmos múltiplos? Como eliminar a birra dos filhos em uma semana? Quais os dez segredos para o sucesso? Como preparar um jantar inesquecível em 30 minutos?

Essas e outras perguntas indicam o que se espera de uma pessoa na sociedade atual. É preciso ter beleza, dinheiro, informação, inteligência, esperteza, motivação, rapidez. Não há espaço para a reflexão, tristeza, introspecção, doença, acomodação, como se nada disso fizesse parte da vida e do ser humano. Essas situações e esses sentimentos são sinônimos de horror, e quem a eles cede ? como se fosse uma opção racional ? é visto como uma pessoa com distúrbios, que não enxerga a vida como ela é: alegre, agitada, a mil por hora.

É penoso para a sociedade aceitar a diferença, e o modelo que se busca atualmente é um ideal inatingível, uma suposta felicidade que nunca se alcança, uma eficácia plena nas diversas áreas da vida: social, familiar, profissional, financeira, física, lazer, ecológica. O perfeito é pouco.

Essa obsessão com a imagem e o desempenho cria muitos problemas para a sociedade, provocando graves distúrbios comportamentais. Alguns exemplos são depressão, ansiedade, anorexia, bulimia, excesso de peso, hiperatividade e distúrbio de atenção, como também, estimula o uso de álcool, drogas ? lícitas ou não ? e tabaco.

Um olhar crítico para essa situação é um importante caminho para a aceitação das diferenças, das singularidades e da liberdade. A moderação e a autonomia para buscar o que lhe faz bem é a direção para alimentar o amor próprio e conquistar uma vida mais saudável.


Claudia Finamore