Logo no início do conto, há uma conversa entre dois policiais sobre uma nova operação para eliminarem uma boca de tráfico. O diálogo mostra a corrupção que envolve a decisão dos protetores da lei. Extingue a inocente visão do homem honesto e ético, que na busca de combater os infratores da Lei, também são infratores dessa mesma Lei. Mais adiante, aponta para a incoerente atitude de policiais que atuam na criminalidade.
O texto esbarra no sobrenatural de um modo sutil e com muita naturalidade, dando a impressão de que o extraordinário é bastante habitual. Interessante argumentação por tratar das esquisitices como mais uma faceta da vida entre muitas outras. O sobrenatural pode existir por si mesmo ou através da fantasia, e quem definirá isso será cada sujeito. Essa história permite tal flexibilidade. Podemos ler as fantasias como uma alegoria do texto ou como acontecimentos reais desse conto.
O policial que invadiu a boca utilizou um disfarce de mendigo, e por uma ação fantástica, ficou com aparência de leproso. Esse mendigo sabia da existência de um dragão cuja áurea de corrupção afeta as pessoas ao seu redor, e é justamente com o fruto do crime que é alimentado pelo mendigo, com drogas e armas, para então adormecer e diminuir sua influência maléfica. O mendigo aponta para a esperança do homem na vitória do bem contra o mal.
Conheça o autor do conto Bruno Cobbi.
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