domingo, 8 de março de 2009

Quem quer ser um milionário?

Jamal é um rapaz pobre que conseguiu ganhar o prêmio máximo em um programa de perguntas e respostas na televisão. Jamal consegue responder às perguntas relembrando sua trajetória de vida, a pobreza, a exploração infantil, a violência e sua paixão por Latika. Há uma discussão, nesse ponto, sobre a aquisição de conhecimento. Espera-se que o participante que conhece as respostas tenha um aprendizado formal. Como não é o caso do personagem, entende-se que ele está fraudando o jogo. Porém, o filme traz a possibilidade de aquisição de conhecimento através das experiências da vida, e não somente pela educação formal através da escola.

O jovem é de uma família indiana mulçumana, o que traz a questão do preconceito e da discriminação racial, religiosa e econômica. Jamal e seu irmão mais velho Salim ficaram órfãos devido à guerra religiosa na Índia e juntos procuraram a sobrevivência. Ambos passaram por situações muito difíceis, mas tomaram caminhos opostos diante da vida. Jamal buscou trabalho e Salim buscou o crime. Aqui, pode-se presumir uma discussão entre o livre arbítrio e o destino. Jamal busca seu destino, sua amada Latika. Salim escolhe o poder e o dinheiro que a vida criminosa pode lhe oferecer. Além da questão destino x livre arbítrio propõe-se uma reflexão sobre os tipos de escolhas que os personagens estabeleceram para suas vidas: amor, dinheiro, poder.

Ao final do filme, quando Jamal e Latika dançam juntos numa espécie de musical hollywoodiano, mostra-se que a escolha para uma vida feliz é o amor, o trabalho, a honestidade, a boa moral. Entretanto, as imagens da trajetória de vida de Jamal que são passadas durante o musical, e que dão a impressão de irem para o passado deixando para o presente apenas a felicidade do amor, apontam para uma crítica social e, até mesmo à Hollywood, indicando que a vida romântica é uma ilusão.

(Slumdog Millionaire, GBR, 2008 - direção: Danny Boyle e Loveleen Tandan; roteiro: Vikas Swarup [romance], Simon Beaufoy)

2 comentários:

Unknown disse...

Excelente também coaduno de que para uma vida feliz, o amor, o trabalho, a honestidade, a franqueza e a moral, trazem felicidade em grande escala, fazem da vida aquilo que todo mundo sabe mas muitos não cumprem

Laura Fuentes disse...

Boa demais essa sua análise do filme, que o diretor inclusive faz questão de chamar de "fábula".
A propósito?
Não estaria na hora já de você propor uma coluna em algum veículo de comunicação? Think about, babe.