sexta-feira, 24 de julho de 2009

De bom amigo a cunhado odiado

Minha amiga, psicóloga e psicanalista Cora Ferreira (cora.ferreira@branfer.com) foi entrevistada pelo jornalista Vladimir Maluf, do portal Ig. Leia a matéria na íntegra.

De bom amigo a cunhado odiado
13/07 - 10:00hrs

Conheça a história desses irmãos ciumentos e veja dicas para lidar com esse sentimento

Vladimir Maluf

Depois que Fernando Soares começou a notar que as visitas do amigo em sua casa estavam mais frequentes, percebeu que algo estava errado. “Depois que ele conheceu minha irmã no meu aniversário, não parava de vir em casa”, conta o rapaz de 27 anos. “Eu acho que tem muita mulher solteira. Ele não precisava querer justo a minha irmã”, reclama Fernando.

“Hoje, eles estão namorando. Perdi minha amizade com ele e a relação com a minha irmã ficou complicada também. Eu me sinto na obrigação de contar o que eu sei sobre ele”, opina Fernando. “Eu sei o que ele fala das mulheres quando sai com elas, sei que não é fiel, sei de muitas coisas. É muito estranho saber que a minha irmã é a bola da vez”.

José Carlos Ferrão, 32 anos, compreende perfeitamente a situação de Fernando. “Minha irmã já chegou a ficar com um amigo meu. Eu cortei logo”. Para ele, os motivos são os mesmos. “Você ouve todas as cachorradas que os seus amigos contam sobre as mulheres que saíram. Não tem como não imaginar que ele fará o mesmo com sua irmã”.

Cora Ferreira, que é psicóloga com especialização em Psicoterapia Psicanalítica pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), concorda que é uma situação delicada e cabe perguntar: “será que você teme que sua irmã não saiba cuidar de si? Ou será que você sente que deixará de ser importante para o amigo e que perderá o amor dela?”

Segundo ela, é importante diferenciar o relacionamento com a irmã e com o amigo. “Respeite a escolha que eles fizerem e procure não se envolver”, orienta a psicóloga. “Que tal pensar que se ele não é bom para namorar sua irmã, por que era bom pra ser seu amigo?”.

Cuidado com os excessos

O ciúme é natural. Segundo Cora, a criança já demonstra isso ao desejar ser o amor exclusivo dos pais. “Mas quando um homem não aceita ver sua irmã sair ou namorar, o ciúme se caracteriza pelo desejo de posse e onipotência, pois acredita que pode escolher o que é bom para ela”. A questão se torna mais complexa quando há excessos, para mais ou para menos. “Resta encontrar limite e equilíbrio para esses sentimentos.” E, caso seja exacerbado, é preciso procurar ajuda psicológica.

“O ciúme saudável é aquele que encontra formas adequadas de mostrar as emoções. É danoso quando encontra um modo invasivo ou destrutivo de se apresentar”, resume Cora. A sugestão dela é que os irmãos conversem abertamente sobre os próprios sentimentos, e o mesmo pode ser proposto ao amigo. “Tentem compreender que são afetos diferentes que estão em jogo e que um não substitui ou impede o outro. O que não pode é ser ignorado”, finaliza.

http://estilo.ig.com.br/noticia/2009/07/13/de+bom+amigo+a+cunhado+odiado+7163929.html

Um comentário:

Laura Fuentes disse...

Boa entrevista. Foi bom demais ouvir a opinião de uma expert. Ciúme de amigo doi tanto quanto ciume de amor, e nem sempre sabemos lidar com isso.