Minha amiga Nilda Jock (niljock@hotmail.com) foi entrevistada pelo jornalista Vladimir Maluf, do portal Ig (17/07 - 10:00hrs). Eis a matéria publicada.
“Não consigo controlar”, resume Carlos*, 31 anos, que se separou da ex-namorada há mais de um ano e, mesmo assim, afirma que o sentimento por ela não diminuiu em nada. “Eu gostaria de esquecê-la, mas é mais forte do que eu”. Quem vive o mesmo problema é Lucas*, 36 anos, que se separou depois de um casamento de quatro anos – e se arrependeu.
“Achei que estava fazendo a coisa certa porque brigávamos demais, mas acabei percebendo que eu poderia ter encontrado outras soluções para salvar nossa relação, não a separação”, lamenta o homem que está solteiro há um ano e não consegue superar.
Nilda Jock, que é psicanalista e socióloga, explica que o sentimento de perda, muitas vezes, só se torna concreto perante a ameaça ou a perda do ser amado. “Isso porque se o amor existia, ele estava tão enraizado no inconsciente que nem sempre as pessoas se dão conta desse amor quando ainda o possui”, esclarece a especialista.
Portanto, é bom descobrir o que te faz sofrer e encarar. “É uma dor pelo abandono? Então, a forma de lidar com isso é, necessariamente, viver o luto. É a dor pela humilhação? Recomponha sua imagem, revendo as próprias qualidades, em vez de imaginar-se desprezível”, aconselha Nilda. “Vale até cortar os cabelos, comprar roupas novas para ajudar”.
Não cultive o impossível
Um alerta da psicanalista é não alimentar uma esperança se não há expectativa de futuro. “O que normalmente acontece é que as pessoas machucadas, embora saibam racionalmente que não têm chance alguma, arrumam artimanhas para se aproximar da pessoa amada. A sensação de submissão provoca grande angústia e, para aplacar essa agonia, vai atrás do amor, ainda que seja para ouvir um não”. E, naturalmente, isso machuca mais ainda. “Por isso, preservar a própria integridade e não se desmoralizar pode ajudar muito a se reerguer. Não é nada saudável se desmerecer perante qualquer pessoa”.
De acordo com Nilda, a dor de perder um amor passa aos poucos. “Esse é o processo do luto. Isso não se dá de forma linear ou constante. Ocorrem as recaídas, novos acessos de dor, de saudade. Porém, é assim que pouco a pouco a pessoa abandonada vai retirando o excesso de afeto naquele único objeto de amor e redistribuindo sua atenção e seu afeto por outras coisas e pessoas”.
Novas mulheres
Talvez não seja uma saída que dê resultados imediatos, segundo a especialista. “No início, a tendência é comparar a amada com as pessoas que cruzarem seu caminho e, fatalmente, sua ex será mais interessante. Mas eu garanto que o mundo está cheio de pessoas interessantes, que assim que o seu psiquismo permitir vê-las, elas se apresentarão com atributos que você nem imaginava tão poderosos”.
A orientação final de Nilda é reconstituir as situações e aprender com os erros. “Não apenas para se recriminar, mas para avançar, crescer, ser uma pessoa mais consciente, mais plena. Pode ser também que essa reconstituição sirva para perceber que alguns traços da pessoa amada não eram tão legais e que a relação não era tão satisfatória assim. É preferível se confrontar com a dor a fugir dela”, encerra.
http://estilo.ig.com.br/noticia/2009/07/17/ainda+sou+apaixonada+pela+minha+ex+7267997.html
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