sábado, 17 de janeiro de 2009

A Favorita

Para quem não acompanhou - nem de longe - a novela A Favorita, Lara é filha biológica de Flora, uma criminosa violenta que matou dois amantes e o pai de um desses amantes. Porém, a menina foi criada como filha legítima de Donatela, viúva do primeiro amante de Flora. Na clássica versão do bem x mal, Donatela representava o bem com um tom humanizado, pois era passível de raiva em diversas situações. Flora era representante absoluta do mal, desumanizada por não haver nem um traço de bondade em seus sentimentos. Durante toda a trama, Lara mostra-se identificada com Donatela, quem a criou. Embora temperamental, Lara participa do grupo do bem.

No último capítulo, coloca-se a questão da hereditariedade x meio ambiente. Flora, sob a mira do revolver de Lara diz que o destino da filha está atrelado ao seu. Lara atira, indicando a força da hereditariedade na formação do caráter de uma pessoa. Entretanto, contrariando a provocação de Flora e influenciada pela solicitação desesperada de Donatela, Lara não a mata. Donatela vibra ao dizer que Lara é, sim, sua filha. O desfecho aponta para a supremacia do meio ambiente sobre a hereditariedade na consitituição do caráter de uma pessoa.

Mas, essa discussão não tem fim. Nem a ciência, nem os filósofos, nem os psicanalistas, e nem os escritores podem apontar uma resposta definitiva. Na minha opnião, cada caso é um caso.

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